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Mulheres no saneamento: por modelos sociais mais justos, sustentáveis e inclusivos

Em 15 de maio de 2025

A presença e o protagonismo das mulheres nas discussões sobre saneamento básico são fundamentais para a construção de políticas públicas mais justas, inclusivas e eficazes. Historicamente, no Brasil e em diversos países, as mulheres têm estado na linha de frente da gestão doméstica da água, da higiene e do cuidado com os filhos e com a saúde da família – funções socialmente atribuídas que as colocam em contato direto com os impactos da ausência ou precariedade dos serviços de saneamento.

Contudo, essa responsabilidade cotidiana não se traduz, na mesma medida, em espaços de decisão ou formulação de políticas públicas. Mulheres, sobretudo aquelas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, seguem sendo as mais afetadas pela falta de acesso à água potável, ao esgotamento sanitário adequado, à gestão de resíduos e à drenagem urbana segura. A escassez ou má qualidade desses serviços agrava desigualdades, expõe meninas e mulheres a riscos sanitários, violência sexual em locais de acesso precário e compromete a permanência escolar, especialmente durante o período menstrual, pela falta de infraestrutura mínima nas escolas.

Além disso, o setor de saneamento ainda apresenta baixa representatividade feminina em cargos técnicos e de liderança. A inserção de mais mulheres nesses espaços é essencial não apenas como princípio de justiça social, mas também como caminho para integrar diferentes olhares, experiências e soluções à gestão territorial e ambiental.

Diante disso, iniciativas que promovem a equidade de gênero no planejamento e execução dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSBs), como as promovidas pelo Plansanear – UNIVASF em parceria com o Ministério das Cidades e a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, têm buscado fortalecer a escuta ativa das mulheres nas comunidades, capacitar lideranças femininas e fomentar a participação efetiva nos processos decisórios.

Falar sobre mulheres no saneamento é, portanto, falar sobre justiça, dignidade e direitos humanos. Avançar na universalização dos serviços exige reconhecer e enfrentar as vulnerabilidades de gênero associadas ao tema, garantindo voz, segurança e acesso digno para todas.

 

REFERÊNCIAS


BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Regional. Relatório de avaliação da Política Nacional de Saneamento Básico sob a perspectiva de gênero. Brasília: MDR, 2020.

BRASIL. Ministério das Cidades. Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB: Revisão 2021–2033. Brasília: MCID, 2023.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2021.

INSTITUTO TRATA BRASIL. (2022). O papel das mulheres na gestão do saneamento básico no Brasil.

ONU MULHERES. Igualdade de Gênero e Água: desafios e boas práticas. Nova Iorque: ONU, 2021. Disponível em: https://www.unwomen.org. Acesso em: 28 abr. 2025.

SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos – 2023. Brasília: Ministério das Cidades, 2024.

WSSCC – Water Supply and Sanitation Collaborative Council. Menstrual Hygiene Management and Human Rights. Genebra: United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs, 2020.

Autores


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Hemelle Batista de Oliveira

Agronomia na UFOB - Graduandabatistadeoliveirahemelle@gmail.com
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Milenna Alves dos Santos

Doutoranda em Ciências Veterináriasmilennalves.plansanear@gmail.com
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Anderson Souza

Prof. do Colegiado de Zootecnia da Univasfanderson.souza@univasf.edu.br