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Água e Saneamento como Pilar da Dignidade Humana

Em 06 de maio de 2025

Embora frequentemente associemos saneamento apenas ao acesso à água potável, essa questão vai muito além da torneira. O saneamento abrange também o tratamento de esgoto, a gestão adequada de resíduos sólidos e o manejo correto das águas pluviais. Esses elementos interdependentes desempenham um papel importante na promoção da saúde pública e na prevenção de doenças.
 
A relação entre saneamento e o modelo socioeconômico adotado é intrínseca, especialmente nos países em desenvolvimento. A disparidade no acesso a recursos básicos, como a água, reflete desigualdades sociais e econômicas, impactando diretamente a saúde e a qualidade de vida das populações mais vulneráveis. É nesse contexto que a falta de infraestrutura de saneamento básico se torna um fator determinante para o agravamento dessas desigualdades.
 
Milhões de pessoas ao redor do mundo vivem sem acesso a serviços essenciais de saneamento, o que eleva a incidência de Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI). Os impactos dessa carência são evidentes e podem ser analisados por diferentes recortes, como regiões, idade, sexo e etnia. Em locais com saneamento precário, observam-se altos índices de internações e óbitos relacionados a essas doenças, afetando de forma mais aguda crianças e idosos, que são mais vulneráveis a condições de saúde precárias.
 
Além disso, a falta de acesso à água segura e aos serviços básicos de saneamento compromete diretamente a dignidade humana. Sem banheiros adequados, mulheres e crianças enfrentam riscos diários à saúde e à segurança. A ausência de coleta e tratamento de esgoto leva comunidades inteiras a conviver com a contaminação da água que consomem, resultando em um aumento significativo de doenças como diarreia, cólera e hepatite, que têm um impacto devastador, principalmente em populações vulneráveis.
 
Portanto, o acesso à água potável e aos serviços de saneamento básico vai além de uma questão de infraestrutura; é, antes de tudo, uma questão de justiça social. Este recurso essencial não pode ser tratado de forma isolada, pois está diretamente ligado à equidade social e ao bem-estar das populações, em especial das mais vulneráveis. Nesse sentido, é fundamental que as políticas públicas abordem o saneamento e o acesso à água potável de maneira integrada, considerando as dimensões tecnológicas, operacionais, de eficiência, planejamento, financiamento e gestão, além das questões sociais, culturais, econômicas e políticas. A água é um bem comum que deve ser tratado de forma estratégica, com ênfase na sua sustentabilidade e na promoção do acesso universal para todos.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Dia Mundial da Água. Disponível em: https://www.gov.br/ana/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/dia-mundial-da-agua. Acesso em: 22 mar. 2025.
 
FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE - FUNASA. Impactos na saúde e no Sistema Único de Saúde decorrentes de agravos relacionados a um saneamento ambiental inadequado. Relatório Final. Ministério da Saúde, Brasília, 2010.
 
HELLER, L. Relação entre saúde e saneamento na perspectiva do desenvolvimento. Ciência & Saúde Coletiva, 3(2):73-84, 1998.
 
INSTITUTO TRATA BRASIL. Saneamento: para quem falta e onde mora essa população? São Paulo, novembro de 2023.

Autores


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Milenna Alves dos Santos

Doutoranda em Ciências Veterináriasmilennalves.plansanear@gmail.com
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Anderson Souza

Prof. do Colegiado de Zootecnia da Univasfanderson.souza@univasf.edu.br