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Integração das Mudanças Climáticas no Planejamento Municipal de Saneamento

Em 28 de abril de 2025

Nas últimas décadas, o meio ambiente tem enfrentado transformações profundas, impulsionadas principalmente por atividades humanas como o desmatamento, a poluição dos corpos d’água e a emissão crescente de gases de efeito estufa. Esses fatores agravam o desequilíbrio ambiental, provocam o aumento de doenças e contribuem significativamente para o avanço das mudanças climáticas em escala global.


As mudanças climáticas têm se intensificado ao longo dos anos, tornando-se um dos maiores desafios ambientais e sociais da atualidade. No Brasil, seus efeitos já são percebidos de forma direta, especialmente sobre setores essenciais como o saneamento básico. A elevação das temperaturas, a alteração nos regimes de chuvas e a maior frequência de eventos extremos, como secas prolongadas e tempestades intensas, colocam em risco o funcionamento dos sistemas de abastecimento de água e tratamento de esgoto. Em muitas regiões, esses sistemas já enfrentam limitações estruturais e operacionais, o que torna ainda mais urgente a adaptação às novas condições climáticas.

De acordo com o UNICEF, as mudanças climáticas correspondem a alterações de longo prazo nos padrões de temperatura e clima do planeta, causadas principalmente pela queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás natural. Essas atividades têm em comum a liberação de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO₂) e o metano (CH₄). Ao se acumularem na atmosfera, esses gases funcionam como um cobertor, retendo o calor solar e aumentando a temperatura média da Terra.

No contexto do saneamento, os efeitos das mudanças climáticas são múltiplos e complexos. As secas severas reduzem drasticamente a disponibilidade de água, forçando a adoção de racionamento e comprometendo o abastecimento regular à população. A escassez hídrica também dificulta a operação de sistemas de esgotamento sanitário, aumentando os riscos à saúde pública. Por outro lado, o excesso de chuvas e as tempestades intensas causam alagamentos em áreas sem infraestrutura de drenagem adequada, podendo danificar tubulações, provocar o transbordamento de esgoto e contaminar mananciais de água potável.

Além dos danos físicos às infraestruturas de saneamento, as mudanças climáticas impõem a necessidade de repensar políticas públicas e estratégias de gestão. A implementação de medidas de adaptação se faz indispensável para garantir a continuidade dos serviços, mesmo em cenários climáticos adversos. É nesse contexto que os Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB) ganham papel central, devendo incorporar diagnósticos atualizados, projeções climáticas e ações voltadas à resiliência das comunidades.

A elaboração e execução desses planos são fundamentais para assegurar a segurança hídrica, a promoção da saúde e a sustentabilidade dos serviços. Investir em planejamento estratégico e em infraestrutura adaptada às novas realidades climáticas é um passo essencial para enfrentar os desafios que se impõem. Mais do que uma medida técnica, trata-se de uma ação de responsabilidade social e ambiental, especialmente diante da vulnerabilidade das populações mais expostas.

 

REFERÊNCIAS
TRATA BRASIL; WAY CARBON. As mudanças climáticas no setor de saneamento: como tempestades, secas e ondas de calor impactam o consumo de água? São Paulo: Instituto Trata Brasil; Way Carbon, 2024.

UNICEF. Mudanças climáticas. Disponível em: https://www.unicef.org/brasil/mudancas-climaticas. Acesso em: 15 abr. 2025.

Autores


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Nizaldo Rodrigues de Macedo

Ciências Biológicas na Univasf - Graduandonizaldorodrigues.plansanear@gmail.com
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Anderson Souza

Prof. do Colegiado de Zootecnia da Univasfanderson.souza@univasf.edu.br